2010-07-30

obrigada, bichos!

MAR, flores. amigos maiores. escrever e comer lasanha. croquetes humanos! e muita cantiga. um rádio-tijolo e centenas de fotografias. travar conhecimentos, acelarar sentimentos de amizade resguardada pelo tempo. uma pistola de bolhas de sabão, banhos de piscina há meia noite e de mar ao pôr-do-sol. andaaaaaar e apanhar conchas, dores de cabeça. está a chover! e vamos todos para a água. muitos risos, muito gritos, pouco sentido. jogos da bola, claques animadas, médicos e massagistas de óculos de sol. 30 ao todo, 2 paletes de ucal e croissants de manteiga e melocoton. algas (dissolvidas, eram dissolvidas?) praia na noite, um mar escuro e um quentinho no coração que fazia falta. pânico e soluços, mas reconforto certo. roupa encharcada, o que é que eu visto? e vinganças falhadas. músicas que amam joelhos e risos até às tantas. casas-de-banho pequenas de mais e biquinis. SANDES DE CHOOOURA! dança no mar com chuva. azul metálico e verde-água, records no basket e já estou a ver azul. nosolo 15 dias, disso tenho a certeza.

2010-07-15

estamos todos na flor da vida

eles eram das suas vidas protagonistas inatos e peneirentos, inconstantes miniaturas em construção. eles eram os melhores. (nada tinham que ver com pequenos bonecos maravilhosamente sincronizados, a quem não interessava palco de pó, borrão de tinta ou poesia que fosse na cidade supostamente fervilhante em que supostamente viviam.) sorriam na esperança de que por milagre, a aventura que passava por eles todos os dias lhes trouxesse algo de mítico para todo o sempre: sorte e alma.
um pequeno grupo que se metia num autocarro, que saía numa paragem que não lhes dizia nada só para que andassem por ali, a romancear amizades num mundo ancestral que lhes fazia comichão na garganta. gente diferente da outra gente e gente diferente entre si, daí a amizade explodir naquele meio. mas quem morava (morava?) por ali não lhes distinguia diferença. olhos estereotipados não davam ali, e eles quiseram mudar de paragem.
às vezes paravam para cantar e dançar. todos felizes da vida sem o saberem. só um, com o punho fechado (uns pêlos a despertarem aqui e ali) marcava o ritmo, sisudo, das mínimas e das colcheias. quem por ali passava (passava?) não o colocava ali, as festas e abraços que lhe faziam não se integravam no esfusiante espectáculo. logo ali, quiseram mudar de paragem.
apareceram uma vez, tempos depois. cantavam e ainda réstias de esperança em paragens que não de autocarros locais, mas eram apenas sisudas mínimas e colcheias. o artista tinha morrido.

justificando a minha escolha,

a arte e o amor não mudam muito e são parecidos. porque o amor também se educa, caso contrário não existiria inspiração para uma vida em conjunto. e não me preocupam as regras, nem no amor nem na arte, porque o sentimento fala sempre mais alto. daí príncipios amorosos na arte e regras artisticas no amor.
(acreditem que hoje, falo de arte)

2010-07-12

tenho dito #12

imaginar que a minha vida vai ser um documentário, e eu que odeio vozes colocadas.

2010-07-11

directamente para ti, como nunca

um Sol. grande e gordo, sorriso omnipotente e olhos raiantes. um Sol bonito.
o Sol não atrai planetas - isso vem por arrasto. ele atrai uma coisinha, pequenina não se sabe de que cor (azul?), o Sol atrai a Lua. apesar de vistosa, ele sabe-a confusa e envergonhada, pois é o único que lhe vê todas as fases (não 4, mas qualquer outro número ímpar). e ela, contente, raia com ele de aurora em aurora, feliz por todas as flores que sabe cuidar. ela, contente, vai ter com ele Lua Nova, para que ninguém veja o que ele lhe faz, a luz que ele lhe dá. a Lua às vezes é egoísta, mas desculpem-na: ela sabe a sorte que tem.
daqui a 500 anos o Sol vai explodir. a Lua não vai reflectir coisa alguma e já não vai haver ponta de flor em qualquer modesto planeta azul. mas que seja só daqui a 500 anos.

2010-07-09