2009-04-25

vs

o que eu queria era que gostasses de mim devagarinho, como quem sente o cheiro do mar com os cabelos fustigados pelo vento suave. uma calmaria desesperada e sedenta de amor duradouro. queria beijinhos ternurentos e silêncios reveladores, um andar de mãos dadas cúmplice e um olhar simples. talvez umas discussões tempestuosas e umas pazes tãão bem feitas. alguma torbulência nunca matou ninguém, e o que não mata faz-nos mais fortes. queriiia, que grande desejo.
mas sabes, esta arrongância consome-me. e o facto de saber que é uma das minhas principais caracteristicas, torna tudo pior. secalhar o melhor era ser uma arrogante ignorante. porque eu não mereço o que peço. e a cabeça diz que não, que é demais, mas o coração palpita por um 'sim' dito carinhosamente ao meu ouvido.

2009-04-22

pedrinhas sorridentes

a imaginação e a inspiraçao rareiam nestes dias. o humor muda traçoeiro, como se precisasse de mudança repentina, mas duradoura. já nem o meu cabelo é o mesmo, outrora tão agradavelmente selvagem. as minhas risadas são imponentes e cheias, mas muito muito passageiras. dizem que sou revolucionária e realmente ando bastante revoltada por estes dias, nem que seja porque o meu irmao tem mais leite no copo que eu. as borbulhas voltaram, assim como o meu lado mais extravagante.
quero mais cultura e menos futilidade, menos 'toca a despachar' e um aumento da sensibilidade.
estou na lua e a confrontar-me com a realidade ao mesmo tempo, é isso. e mais nada, que farta estou eu de complicações quando tudo pode ser tão simples, e essa mentalidade do gosto de sofrer dita por uma pessoa minimamente normal (eu que não gosto nada dessa palavra), para mim já não cola, deixem-me lá sossegada com o meu triste optimismo, que eu até ando bem comportada.

2009-04-15

Com lacinho, se faz favor.

conta-me histórias de presentes. presentes e futuros, presentes por abrir. desvenda-me com esse teu encanto tão delicioso. eu já abri o presente que te dei, abri-o por ti, desculpa. sabes que sou curiosa. é um futuro, olha que giro.

2009-04-11

já me perdi.

chamavam-me Bia. aliás, ainda chamam. eu quando era pequenina nao sabia dizer Margarida, e vá-se lá saber porquê, dizia que era Bia. coicidencia das coicidencias, a minha mãe sempre quis que me chamasse Beatriz. mas foi Margarida, e ainda bem!
eu tenho a Bia, desenfreada até mais não, eléctrica que não pára um segundo, respondona e segura de si. com ela, não fazem farinha. desarrumada, desorganizada. cabeça sabe-se lá onde. sofisticada, pulso firme. tontinha, faz-me remorsos.
depois há a Margarida. uma flor que pouca gente descobriu, uma timidez que ainda ninguém provou. é mais nova que a bia, mais inocente. não tem imunidade, muito menos à sensibilidade. a maior parte das vezes, é ela que me escreve, por estas ruazinhas que não lembram a ninguém. flor do mar, tal qual a novela. imagino-a sempre com um vestidinho às flores, corada. ela não é segura de si. não é pulso firme, deixa andar. gosta de pensar. um toquezinho de pãozinho sem sal, às vezes chega a enjoar-me. vive apaixonada por qualquer coisa que lhe apareça à frente e que lhe agrade, o minimo que seja. e chora, ela chora muito. a margarida dá-me a mão. puxa-me e deixa-me ser eu, ela sabe ajudar, mas quase nunca tem força ou coragem para o fazer.

2009-04-09

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queres ir comigo? vamos ser aquela multidão, a multidão que grita numa confusão de susurros, que não toca mas descansa, vamos?
porque eu ainda sei sentir, sei. sei sentir toda esta simples felicidade, e, sem a tocar, vivê-la. contigo, se não for pedir muito.