2011-07-25

wc pato

sempre sonhei vir aqui de mochila às costas e amor pela mão. é de repente primorosa a maneira como pegas nela agora que nós aqui, no sítio onde sempre sonhei vir, mesmo que com as tuas cócegas chatinhas e eu a querer ver a paisagem, tu a tirares as tão tuas fotografias aos passarocos bonitos e eu a querer dar beijinhos. quando era mais nova e andavamos há uns quantos meses (nós que pensávamos ser tanto tempo!), perguntáva-me umas três vezes por dia se era assim, tão engraçadotes, que nos iamos continuar a amar. e neste instante é de repente que te vejo a pegar assim na minha mão e apetece-me tanto dar-te uma gargalhada e um beijinho... 
hoje à noite como já somos grandes, as paisagens e os pássaros vão ficar na janela e eu, que paraíso!, vou ficar nos teus braços cheia de cócegas e beijinhos. vamos amar-nos como nos filmes de adultos que somos e rir-nos de nós como as criançolas que nunca deixámos de ser.vou poder, assim, dizer que sempre sonhei vir aqui com o teu amor na minha mão.
enquanto a noite não vem, anda mais depressa, o Gerês é muito grande e a mochila cansa-me nas costas! vamos dar beijinhos aos pássaros nas cascatas e vamos os dois tirar fotografias pelo meio das pedras. hão-de orgulhar-se de nós!
e agora tenho de sair da casa-de-banho e olhar para as nuvens todas ao meu lado nesta máquina que me leva não sei para onde pelo meio de dores de dentes e ouvidos. quem é que inventou o turismo além-fronteiras? e porque raio há janelas nos aviões se é tudo tão inalcançável à distância duma queda que passamos a viagem a imaginar? e ainda por cima não vens comigo, sentado no banco da janela que eu não gosto?! vou voltar para a casa-de-banho. irra, viva a realidade aumentada das sanitas.

2011-07-13

o amor não faz qualquer tipo de sentido e qualquer tipo de sentido não faz um amor deste texto

espremeste-me o cérebro. e com isto tudo bem espremidinho, sobraram os lóbulos das orelhas apenas e, kinder surpresa!, não importa. gostas dos meus lóbulos das orelhas e o meu cérebro é dispensável nestes dias. verdade? agora as lágrimas vão passar a correr pelos lóbulos das minhas orelhas que já de si eram espalmadas na pequena zona da cartilagem onde é possível apanhar um escaldão, se for contigo à praia que é o costume quando nenhum dos nossos neurónios trabalha. agora sendo assim, vamos à praia todos os dias, com os nossos cérebros espremidos até ao fim e as lágrimas empurradas para dentro dos nossos lóbulos tão cheios de orgulho. comi-te os olhos no outro dia, e tenho a dizer que não soube nada bem. vês sempre mais à frente desviado à esquerda que eu.
sim, meu amor, teve de ser. de qualquer maneira - pensei - os meus pés vão sempre ficar intactos dada a tua especialidade em mos massajares: enquanto pés para andar palavras para escrever, o que necessita de um cérebro para pensar. e enquanto o meu cérebro ajudar o meu coraçãozinho a bater do outro lado de mim, o teu, eu vou gostar de ti, num banho qualquer de sangue e chocolate destrutivo e extremamente prazeiroso. mas por favor pára de maldizer os meus lóbulos das orelhas.