2011-11-18

rasgos de arte no meu prato da comida
que numa eutanásia se engole e esvai

2011-11-10

no meio de tantos papéis eu que não encontro os lápis para me escrever de novo.

2011-11-01

macacos amam cambalhotas, puro instinto de sobrevivência

depois de três textos corridos e apagados sobre as mais banais e escritas da vida, vulgo tudo o que é decente e não decente, feito e sonhado, pensado e passado - retomando, depois disso tudo para fugir de ti, hoje eu vou só escrever porque é o meu escape livre, sem descontos nem nada disso. hoje eu vou só escrever. e vou escrever, sim, sobre como gosto de ser a tua princesa e que me queiras proteger à noite; que me ofereças o casaco só para eu dizer que não. toda a gente, a certa altura, tenta fugir do amor, e quase sempre, durante as horas em que sozinhas nada têm para fazer, tentam fugir de pensar nele. só como toda a gente, mas guardo-me em ti - não preciso de fugir de pensar em nada, porque me proteges como da noite se tratasse. hoje eu vou só escrever, e não me importar se tu e vocês me compreendem, porque eu só quero fugir de pensar seja no que for. queria fugir do amor e fugir das palavras; não consegui e foi em ti que encontrei solução. mas o meu coração não se foi ainda embora, por isso corre que nem doido em nossa volta, pronto a atacar. quer fugir de ti porque o fazes dar cambalhotas, e a razão ilusória em que toda a gente como eu, vulgo, toda a gente a certa altura, lhe diz irritante e incessantemente que apenas procura estabilidade. mas é por esta que se apagam textos corridos e qualquer amor de colo e fotografia. assim, sei que o meu coração vai voltar, adorar as cambalhotas e fugir de tudo, em ti, e por isso hoje vou só escrever, porque em ti tudo é solução.