2009-11-29

não foi disto que me ri ontem

e continuo sem me rir hoje. concordo plenamente com o meu escritor preferido que nunca li, Miguel Esteves Cardoso 'o amor é uma coisa, a vida é outra'. foi isto que fizemos todos nós. não que ache o mais correcto, a simplicidade e rigidez puras, mágicas, que se fartam de fazer milagres aqui e ali. por mim, admito-lhes uns quantos, agradeço-lhes a generosidade. mas continuo. não era assim que devia ser, supostamente. as palavras deviam correr rápido entre a vida e o amor, e já me explicavam a mim, menina, porque é que não é assim. o amor devia ser puro, mágico, simples, rigido q.b. e mais todas as outras coisas ao mesmo tempo. a força resultante dava vida, espero eu, que não sei de ciências exactas. mas amor e vida deviam andar juntos, compassados, embora que em baloiços diferentes. amor devia ser vida, e vice-versa. e eu, menina, estou farta de tentar perceber porque é que amantes, dos mais intensos que já vi, insistem em viver da meia noite as 6 da tarde e amar na sobra dos tempos. tá bem que o amor é uma coisa, e a vida é outra. mas acho que não lhes fazia mal nenhum chocarem de frente de vez em quando.

microscópio

é bom andar com vontade de escrever e ter por onde ir. e a sensação de insónia por estas emoções é aterrorizante. não digam a ninguém, mas tenho medo de não voltar a adormecer e a sonhar novamente. por isso, meus caros, vou arrastar-me a fazer de cada olhar, palavra e de cada experiência, parágrafo. isso, isso é melhor que todas as tabletes de chocolate de leite, que todas as paixões descobertas.

2009-11-18

agenda 2009-2010

não sou de agendas, chega de riscares em mim planos adiados e estragados pelo mau tempo. eu, pessoa extremamente organizada nas carradas de papéis soltos espalhados pelo quarto e por mãos de várias gentes, não sou de riscar planos sonhados por brisas leves. não me planifiques, pelo meio dos devaneios em que te deitas. muito menos ouses publicar-me, riscada e amachucada pela tua vida rotineira, com a mesma música de fundo de sempre, ás horas de sempre. não cumpro horas, não sou de agendas. não me encaixes em horários porque tens que estar ali às tantas, fazes-me inveja. é que eu tenho de estar em muitos sitios, mas nunca sei dessas obrigações. fazes-me inveja, tu e a tua agenda castanho seco. meto as chaves à porta, solto o cabelo e lembro-me que não tinha agendado isso em lado nenhum.

2009-11-12

amor é #2

passa tudo, e nem tempestade, nem bonança, qual brisa suave. nublado com abertas, e se for, já é bom, já te contentas. porque no fim, é só a tua vida, é só a tua rotina e o teu corre-corre odiável. mas o ódio vem sempre de mãos dadas com o amor, e até começas a sentir um fraquinho por esta plenitude e estabilidade. no fim do dia, chegas a amar as pantufas, sempre as mesmas, no armário, sempre o mesmo. as conversas, os amigos, os sitios. é amor.

2009-11-08

speechless

(...)
Evangelho é olhar o céu com olhos de esperança
Evangelho é dizer obrigado ao nascer do dia.
E continuar cantando ao fazer caminho.
E continuar cantando ao fazer caminho.

2009-11-07

mix mix

preciso mesmo de escrever, não me venham dizer que isso é só transcrever sentimentos em fraseados bonitos feitos em tempo record por quem não os quer sentir. preciso de escrever e de sentir que alguém me sabe ler, porque eu também preciso mesmo de ler as pessoas, em pé e com voz de quem sabe do que fala, de preferência. leio e escrevo, espero ir-me reinventando assim. originalidade e versatilidade no que leio, escrevo e faço, como os cadernos para a escola ou as carteiras que vou agora inventar. eu preciso de cultura e que se façam cultos comigo, não é mentira nem afirmação.

2009-11-03

pedra prata

descalço as botas e adivinhas-me os nervos pelas mãos firmes que se afirmam agora instáveis. vês-me, por trás das cortinas brancas, a abrir a janela e a tentar roubar da coragem do ar por se passear ali, mas, por não me saberes de cor, nem sonhas o que te espera. sou de luas. sou de luas e tu nem me imaginas tão prata quanto ela, como haverias de me saber de cor?
agora, estou lua nova. e quando me renovo, dizem que há sempre brilho que se vai esvaiando por entre os dedos gélidos. saberias-me de cor se fosse então lua cheia, de ti e de mim, dos sorrisos que roubávamos às estrelas. agora, lua nova que se quer ver crescer, não sei. como não sei, dá-me um brilho, uma luz de estrela imaginária, vá lá.
não te estou a pedir muito, estou? afinal, és o planeta.

2009-11-01

estalou

no meu querido EISH, dizem as más linguas, escrevem-se coisas falsas de pessoas falsas. escreve-se por mediatismo, falta de vida e afins.
mas queres a verdade, vamos: eu não sei se te amo que não sei nada sobre amor, mas gosto muito de ti, até corria para o teu colo se depois não te queixasses de dores nas costas. que sou uma merda sem ti, tenho quase toda a certeza, pois tu próprio fazes questão de mo lembrar com esse sorriso de poeta que me lembra a porcariazinha que é a minha escrita, e em como há sofridos que são tudo menos génios das letras. então eu qualquer-coisa-parecida-com-amor, e não consigo deixar de te apontar os defeitos porque a tua maior qualidade é saberes viver sem mim. e agora, vou-me enrolar com um qualquer para me lembrar outra vez de como os teus beijos eram quentes e artisticos, afogo as mágoas duma vida sem fundo no chocolate e tu dizes que te é indiferente se cantas rap do melhor para mim ou não. EISH DE VIDA.