2011-09-14

das limpezas

e a dançar caí sangrei. acordei estremunhada, só e abandonada, como naquelas rimas que fazia quando as minhas palavras ainda timidamente poderosas, só assim sem todo o desdém que se ganha depois de muito pisar o mesmo chão. de tanto assim dançar ritmei o mesmo azulejo vezes e vezes sem conta - caí sangrei.
espero ser o hoje este dia em que acordei estremunhada e o meu o sangue que lavou para sempre as memórias do papel onde escrevi desde as rimas, digo, do chão onde dancei desde que o sapateado nas unhas dos meus pés. espero, não de pasmar a olhar para ti nas horas mortas, sem saber o porquê de nunca te ir esquecer na porra da minha vida que tem coisas de mais, um mundo inteiro veja lá, um mundo inteiro só para te perder e te esquecer quase. um mundo ideal, para mim e para aladino, era ter-te a ti e a um papel novo na cabeça todos os dias, percebes? sabes? eu caí e deitei sangue. porquê o sangue sinceramente? porquê sapateado, o velho, o desgastado, porquê a perseguição das rimas do quarto ano quando eu só te quero a ti e a um papel novo e limpo para sempre? porquê tanta coisa e eu sem espaço para dançar, as pessoas a espezinharem-me aquando o incêndio das suas almas? dançar em lume brando contigo, sempre foi escrever. assim, dancei contigo num papel novo para sempre.

2 comentários:

Anónimo disse...

finalmente! usa mais vezes a caneta mesmo que sem tinta, nem que seja para eu fazer o mesmo. e para eu olhar para ti e me lembrar que também sabes escrever (não tem acontecido)

Ana disse...

Margarida, voltaste. :) E que bom receber-te assim, aqui.