E hoje, hoje eu tenho tanta coisa para dizer. Voltei à plenitude que o turbilhão de emoções e revelações me roubou. Já ouço todas as vozes que me compreendem como ninguém naquilo que dizem ser complicações. Agora que as ouço, tenho todas as ideias disponíveis para desbloquear as sensações que me têm feito tanta falta. Porque hoje, hoje eu vi tudo com os olhos mais diferentes que poderia alguma vez vir a ter. Hoje atirei-me com força a alguém que se calhar nem é o meu objectivo. Hoje senti o mar, senti a sua sabedoria, percebi que por mais que nos fujam todas as coisas que nos mantém agarrados à Terra, à sempre qualquer coisa que fica, que segura os nossos pés o mais firme possível no chão. Os nossos pés. Porque pode ir tudo, mas nós não vamos. E nós vamos sempre ter alguém, eu vou sempre ter-me a mim. Hoje vi um cão perdido à procura do dono. E vi a esperança. Esperança que tenho perdido nos últimos dias, mas que o cão me devolveu. Fiquei triste por ele. Afoguei essa pseudo-tristeza nas ondas que me davam generosamente gotas de água que não encontro em parte alguma, mas que elas me dão. E quando emergi novamente da espuma, o cão encontrou o dono. Hoje enrolei-me na areia e senti o seu toque áspero que me devolveu toda a minha realidade. Senti-me Margarida novamente, e disse olá ao céu. Mas a Bia não se foi embora. E agora sim, estou tão plena e alegre, que voltei a ter tudo para dizer. E voltei também a dispensar todas as palavras que me bombardeiam, para apenas sorrir.
8 comentários:
Por reencontros desses vale a pena esperar.
Muitas vezes andamos perdidos de nós mesmos até que, como esse cão, reencontramos o nosso lugar, em nós.
:)
Adorei tanto*
Beijinho
Minha Margarida, tenho andando meia 'fora' destes ambientes.
Ahahah, muitos turbilhões de emoções (um dia, quando formos beber um sumo ao pé do mar, eu conto-te.)
Adorei o teu texto.
Os dois aliás.
Espero que te tenhas encontrado, e que sempre que te perderes te possas encontrar outra vez.
Um dia, quando formos beber um sumo ao pé do mar, tu contas-me.
Beijinhos*
Então quando quiseres *
vim sonhar contigo, Margarida... obrigado por me fazeres voar mais uma vez...
(miNhaGaveta)
PS: tinha um erro a memsagem que retirei...
Muitas vezes temos tanta coisas a cair em nós que não reconhecemos o nosso mundo à volta, nem a nós próprios. Mas é temporariamente. Tu reconheceste com esse caõzinho, mas podia ter sido com o teu vizinho com qualquer individuo. Espero que tenhas a preciosa paciência para aguentares enquanto nada te surge.
Escreves muito bem.
Elo.
Andam de mão dada: a felicidade e as promessas.
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