dizem que os poetas são sofridos e que as pessoas que se usam das letras para não sofrerem depressões não conseguem escrever quando estão minimamente felizes e é verdade. eu que o diga! estou minimamente feliz e estou triste com a minha atitude perante as palavras, essas que me tiram dos picos e ensinam a dançar. mas, e porque elas são minhas amigas, viram ter comigo com a mesma força e alma de sempre (agora que eu tinha de ir fazer xixi e aquecer os pés). acho que vieram para se vingar e, como dá para ver, estou-lhes a fazer o favor.
criou-se o estereotipo de que o obscuro, o amargo e o sofrimento são muito dificeís de descrever. e são! por isso é que há mares e mares de tinta com lágrimas derramadas em cima. de fazer chorar o meu avô! e o meu avô não chora (lá por causa das teorias dele). mas eu e as palavras com a mínima felicidade à mistura não dá. isso e a expressão 'more than words'. também não dá. o facto não é que as palavras não chegam. somos nós, sou eu vá (eu é que devo ser aqui a esquisita), que não chego lá. não tenho a capacidade de relacionar a palavra nuvem com amor puro. por isso é que não escrevo quando estou feliz. há em mim o medo de estragar aquilo que é tanto quanto são as palavras. tenho medo. tirem-me dos picos.
4 comentários:
«por isso é que não escrevo quando estou feliz. há em mim o medo de estragar aquilo que é tanto quanto são as palavras. tenho medo».
é o mal(?) de muita gente. o meu inclusive.. *
Eu também não sei escrever quando estou feliz .
Escreves como ninguém, seja de que maneira for. Acompanho a tua lógica, sempre.
Então adivinha lá.
(O T. fez anos ontem.)
eu também não sei escrever quando estou alegre, feliz, contente.
não saem bem as palavras.
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