sempre sonhei vir aqui de mochila às costas e amor pela mão. é de repente primorosa a maneira como pegas nela agora que nós aqui, no sítio onde sempre sonhei vir, mesmo que com as tuas cócegas chatinhas e eu a querer ver a paisagem, tu a tirares as tão tuas fotografias aos passarocos bonitos e eu a querer dar beijinhos. quando era mais nova e andavamos há uns quantos meses (nós que pensávamos ser tanto tempo!), perguntáva-me umas três vezes por dia se era assim, tão engraçadotes, que nos iamos continuar a amar. e neste instante é de repente que te vejo a pegar assim na minha mão e apetece-me tanto dar-te uma gargalhada e um beijinho...
hoje à noite como já somos grandes, as paisagens e os pássaros vão ficar na janela e eu, que paraíso!, vou ficar nos teus braços cheia de cócegas e beijinhos. vamos amar-nos como nos filmes de adultos que somos e rir-nos de nós como as criançolas que nunca deixámos de ser.vou poder, assim, dizer que sempre sonhei vir aqui com o teu amor na minha mão.
enquanto a noite não vem, anda mais depressa, o Gerês é muito grande e a mochila cansa-me nas costas! vamos dar beijinhos aos pássaros nas cascatas e vamos os dois tirar fotografias pelo meio das pedras. hão-de orgulhar-se de nós!
e agora tenho de sair da casa-de-banho e olhar para as nuvens todas ao meu lado nesta máquina que me leva não sei para onde pelo meio de dores de dentes e ouvidos. quem é que inventou o turismo além-fronteiras? e porque raio há janelas nos aviões se é tudo tão inalcançável à distância duma queda que passamos a viagem a imaginar? e ainda por cima não vens comigo, sentado no banco da janela que eu não gosto?! vou voltar para a casa-de-banho. irra, viva a realidade aumentada das sanitas.
1 comentário:
eish, era isto mesmo xD
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