2011-10-09

Deus não é só pessoas

e dum nada que inspiras
as imagens turvam,
excitam-te, as palavras dum nada
a base do teu pescoço, um prédio na cidade,
passam nas tuas veias e outros canais quaisquer
aço puro que te corta por dentro
correm outras atrás a dar beijinhos
e a electricidade que te transpira dos dedos escorre no papel
um presente de fel.
sinceramente era só para rimar, agora que só a desilusão duma calma obrigatória duma vitória ilusória marcada pelo sorriso das pessoas às coisas que bonitas que tu, e tu e tu e tu, lhes mostras realizada e satisfeita, o mundo um mar com barquinhos e gente feliz mesmo que choraminguices de quando em vez. não, querida, é só mais uma das terríveis mil alturas em que vais ter de te atirar para um dos lagos, refrescantes e cheios de gente feliz mesmo que gritos lacerantes de vez em quando, e previsivelmente cair no chão, agora que até as palavras te cortam e te fazem sangrar estrelinhas desperdiçadas, agora que só palavras em aço inoxidável agarra-te bem a elas que a cor é bonita, podes saltar, ficas sozinha mas agarrada a elas e não tens de temer.

3 comentários:

Susana disse...

Gosto sempre, Margarida.

Anónimo disse...

Terei visto um bocadinho de poesia, e digo mesmo em verso?

Anónimo disse...

e depois largas, temes e cais.