tenho-me esquecido de me lembrar de mim. e hoje que voltei, foi do tipo 'olha para o que cresceste!'; foi mesmo. desatei-me a rir. sabem, quando se volta ao porto de abrigo que é um amigo de sempre? podemos rir com as unhas dos pés, se quisermos. eu ri muito, que me lembrei de mim e vi. vi como o meu cabelo cresceu, como da minha cara se passaram réstias de infâncias doces. como já houve quem fugisse de mim. e assim, fiquei triste. mas, como porto de abrigo que me sou, deixei-me ficar de lágrimas marcadas nas bochechas acaloradas até vir outra maré salgada onde pudesse dançar outras canções.
e depois fiquei chateada. não compreendo o porquê das queixas das pessoas. e que lhes falta isto, ai que não tenho aquilo. fogo, e espetei as unhas nas mãos. mas acabei por me lembrar de mim, e parei. não tenho razões de queixa. tenho-me a mim, tenho a terra que me deixa ser eu se quiser, mas que me deixa também esquecer o norte da minha existência. tenho-me a mim, pelo menos metade. (a outra anda por aí espalhada, esquecida porque foi assim que me criei, esquecida de me lembrar de coisas. de me lembrar de mim.)
a outra metade têm vocês, os que me fazem esquecer de lembrar a outra metade de mim.
3 comentários:
Eu cá não cresço. (Pelo menos, por fora.)
convite para seguir a historia de Alice, lá no
-- continuando assim... ---
boa semana :)
bj
teresa
bela reflexão
às vezes faz bem voltar onde tudo começou.. :p
Enviar um comentário