2010-08-02

ufa

ela entrou em casa. em casa, mas numa casa que ninguém sabia sua. tinha marido e casa harmoniosamente moldados a si, ambos futuristas mas sentimentais. mas hoje decidiu-se a ir para sua casa, posar as chaves que durante os dez minutos em que ela deixou o ar pousar foram o único barulhinho por ali. havia ali muito branco pintado por ela - as cadeiras e as mesas num branco translúcido que deixava ver a madeira; a colcha da cama, os cortinados; as fotografias grandes, muito claras com traços de felicidade. fora ali que ela deixara a felicidade, para que ninguém a soubesse sua. e ela descobrira-a branca, mas não sem traços mais fortes que a fizessem ver. era tudo muito branco, mas traços fortes de cores quentes, frias e abstractas, vindas de culturas visitadas noutros tempos não moldados a si mas tão mais harmoniosos, não a deixavam perder-se. aquele monumento a si própria nunca a deixava perder-se da harmonia feliz que aprendeu a viver. e ela já andava a precisar.

4 comentários:

Ana disse...

O branco também é a minha casa.

MaryJane disse...

:')
então espero que a agarres com toda a força!
beijinhos

qel disse...

é bom regressar a casa :) *

Anónimo disse...

Simplesmente branco mas harmonioso