2011-05-29

'não tenho culpa, não tenho não tenho não tenho

se dizem que o amor muda o mundo, a gente entende que é o nosso e senta-se feliz da vida, a exigir ursos de chocolate. se dizem que o amor faz as gentes felizes, pensamos nós que são as duas pessoas intervenientes num amor que corta a respiração do coração num só golpe potente e audaz. se dizem que o amor não nunca se desperdiça, então dois amantes não se poderão separar.
os dias passam, as folhas caem das árvores, o aquecimento global continua, as pessoas cantam em coro "neste mundo que não sabe amar", e os apaixonados deste vida não entendem, não atingem que quando há amor o centro do mundo passa a ser não dois umbigos juntos para todo o sempre, mas todos os umbigos da população mundial (contando com todos aqueles que contêm em si mil e quinhentos umbigos, compram os vestidos favoritos de toda a gente, mandam lixo ao chão e reivindicam um planeta melhor só por si). e se dizem que o amor se partilha, não é tão-só numa cama apesar disso ser bom como tudo, mas é para o dar ao homem do supermercado, ao atrasado mental das finanças, à sem-abrigo-emocional que pára todos os dias no café! que o amor dá vontade de gritar ao mundo 'eu sou feliz!!!!!!!!!!!!', todos os que se apaixonam sabem de cor e salteado; acrescentar a essa repetidíssima expressão um 'tu também podes ser!!!!!!!!' não tem mal nenhum acho eu.
e portanto o que eu queria mesmo dizer, e aproveitando que amor e missão não dão para sair das minhas mãos por estes dias, é que cabe aos que acham que ainda dá para amar um bocadinho, neste sítio de rios poluídos e cabeças espezinhadas, mudar o mundo.

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