2010-10-06

nunca sei dos travões

podias-me ter dito é a frase que mais me ouço dizer. à minha mãe, ao meu vizinho, àquele amigo esquecido duas ruas abaixo. mas a mim mesma. um tumtum desesperado, e um pfff de remédio que tem de ser feito, só porque sou distraída e a maior parte das vezes, de alma leve e grata. podias-me ter dito que já não havia manteiga, podias-me ter telefonado antes de adormecer, podias ter-me dito que mal uma distância de mais 10 km iamos desaparecer da vida um do outro. podiam-me ter dito, as árvores, as escadas onde escorrego todos os domingos chuvosos, o Jardim Zoológico (não, à 2ª não vai ser de vez), os croissants aquecidos que ias crescer mais que eu, a velha do papel higiénico que nós as duas não iamos dançar mais à chuva. podiam-me todos ter dito que ia ser assim, e provavelmente cairia exactamente no mesmo sitio, mas já não tinha desculpas. podia ter-me doído a anca, estar mais sensível por causa do período, ter um chapéu-de-chuva amaldiçoado; tinham-me dito.

7 comentários:

Anónimo disse...

para a próxima, que te digam.

Anónimo disse...

mais uma vez
espetacular ... nao sei porque nao escreves um livro adoro ler-te e mais importante adorote ...



um anormal ( tu sabes )

Gislãne Gonçalves disse...

mas dizer é muito sem graça
negócio bom é sentir!

rsrs

Belo txt

:)

Maria Francisca disse...

uiui, adoro comentários de anónimos ahah

bebecas, quero que me fales do que tens para me falar. sim, mar?
gosto muito deste texto, mas para gostar mais, tenho que perceber (não é saber, repara, é perceber) o porquê.

Anónimo disse...

lol

Susana disse...

como percebo. beijinhos :)

Anónimo disse...

Eu continuo a dizer: tu tens uma escrita genial.