podias-me ter dito é a frase que mais me ouço dizer. à minha mãe, ao meu vizinho, àquele amigo esquecido duas ruas abaixo. mas a mim mesma. um tumtum desesperado, e um pfff de remédio que tem de ser feito, só porque sou distraída e a maior parte das vezes, de alma leve e grata. podias-me ter dito que já não havia manteiga, podias-me ter telefonado antes de adormecer, podias ter-me dito que mal uma distância de mais 10 km iamos desaparecer da vida um do outro. podiam-me ter dito, as árvores, as escadas onde escorrego todos os domingos chuvosos, o Jardim Zoológico (não, à 2ª não vai ser de vez), os croissants aquecidos que ias crescer mais que eu, a velha do papel higiénico que nós as duas não iamos dançar mais à chuva. podiam-me todos ter dito que ia ser assim, e provavelmente cairia exactamente no mesmo sitio, mas já não tinha desculpas. podia ter-me doído a anca, estar mais sensível por causa do período, ter um chapéu-de-chuva amaldiçoado; tinham-me dito.
7 comentários:
para a próxima, que te digam.
mais uma vez
espetacular ... nao sei porque nao escreves um livro adoro ler-te e mais importante adorote ...
um anormal ( tu sabes )
mas dizer é muito sem graça
negócio bom é sentir!
rsrs
Belo txt
:)
uiui, adoro comentários de anónimos ahah
bebecas, quero que me fales do que tens para me falar. sim, mar?
gosto muito deste texto, mas para gostar mais, tenho que perceber (não é saber, repara, é perceber) o porquê.
lol
como percebo. beijinhos :)
Eu continuo a dizer: tu tens uma escrita genial.
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